segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cordel ambiental

Dente-de-Leão

Neste sábado, tivemos na sede do Serpajus em Novo Gama, um evento da Semana Universitária da Universidade de Brasília, o I Sarau Cultural no Pedregal. Em meio a apresentações de músicas, leituras de textos poéticos e reflexivos sobre a contemporaneidade e contação de histórias, formou-se uma temática interessante "A reflexão sobre a relação ou as relações de Mulheres e Homens com a natureza". Tendo em vista que o simples ato de arrancarmos uma flor do chão, já modifica, interfere nessa relação, me lembrei de um poema que fiz relatando um dos momentos que temos em nosso cotidiano com a natureza. Discutiu-se que o poema trata da culpa por ceifarmos a vida de flores ao a arrancarmos da terra, sendo que o ideal seria que a mantivéssemos viva, cuidando desse bem que não nos pertence, mas do qual fazemos parte, a natureza. Por fim, Luiz demonstrou que ao arrancarmos um Dente-de-Leão do chão e o soprarmos ao vento, estamos além de ceifando a sua vida, ajudando-o a reproduzir-se, pois o vento espalha suas sementes para outros locais permitindo então a sua germinação e reprodução. Porém, creio que o Dente-de-Leão seja uma exceção, ainda precisamos refletir sobre a natureza, não apenas falando dela, mas falando com ela. Um caminho para a preservação da Natureza é o diálogo, um aprofundamento da relação entre Humanidade e Natureza.
Texto de Sara Meneses


Dente-de-Leão

Sinto-me culpada.
Caminhava pela rua quando o avistei,
me aproximei e o arranquei do chão,
ceifei sua vida.
O coloquei em minhas mãos
e o acariciei com meu rosto.
Não consegui mais soltá-lo.
Aquele ser jazia morto em minhas mãos, 
inerte por minha culpa.
O toquei e parte dele soltou-se e o vento levou.
Sofri com tal gesto, tamanha era minha culpa.
Me arrependi disto.
Agora ele não sai de minhas mãos, 
sua forma e sua morte me martirizam.
Sua beleza logo findará.
Caminho pelas ruas com o ser em minhas mãos
e as pessoas não notam meu crime.
Seu corpo morto em minhas mãos.
Neste momento estou a olhá-lo,
e em mim a culpa pesa e arde.
Ceifei sua vida no auge de sua beleza,
pois é isto que as pessoas fazem.
Já não posso mais te conter em mim.
Se o soprarei? Eu não sei.
Dente- de- Leão
te perdi antes mesmo de tê-lo em mim,
o vento te leva para longe de mim,
já não suporto a distância,
dê-me algo para que eu possa distrair meu coração,
enquanto procuro-te nos jardins e olhares do mundo.


Poema por Sara Meneses.

O Homem, As Viagens



O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.

Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.


Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

informe

Informamos
Que neste sábado 15/11, não haverá aula no Formancipa, em virtude do feriado. Retornamos nossas atividades no dia 22/11, com a correção das provas do Enem, que acontecerá no Formancipa do Valparaíso, para nossos alunos do Pedregal informamos que terá transporte saindo de nossa sede as 09:00 hrs, aqueles que for menor de idade devem apresentar autorização disponível no link abaixo, assinada pelos pais.

Obs: caso não seja possível a impressão apresentar versão manuscrita.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

I Sarau Cultural no Pedregal

Aconteceu no sábado, dia 08 de novembro, na sede do SERPAJUS, o I SARAU organizado pelo FORMANCIPA, como parte da programação da Semana Universitária da UnB. Houve apresentação musical por Aleluz e Jonas; poesia autoral Dente de Leão, por Sara; texto sobre meio ambiente, por Luiz; história A Menina e a Flor, por Rosário; poesia de Drummond, por Wesley; e improvisação poética, por Erlando. Foi um sucesso!
Fonte: Serpajus











Informe

Informamos a nossos alunos que neste sábado 15/11 em virtude do feriado não haverá aula.