O histórico desafio de se valorizar o professor
Pode-se dizer
que a educação chegou primitivamente no Brasil com os jesuítas no século XVI,
por meio da catequese. Entretanto, em 1827 houve uma demanda de profissionais
da educação quando Dom Pedro I decretou que todas as cidades, vilas e vilarejos
tivessem escolas. Apesar disso, somente após 136 anos, em 1963, houve a
oficialização da profissão docente. Diante desses fatos, há que se questionar a
demora da concretização das propostas relacionadas à educação e ao professor no
país.
Nos dias
atuais, nota-se que o retardamento e a ausência de debates, no que se diz
respeito às decisões tomadas sobre essa temática, continua a gerar desafios
quanto à valorização histórica dos professores. Dentre os problemas
enfrentados, o mais evidente é o desprestígio dos profissionais da educação, o
que se reflete em salários injustos, na insalubridade no ambiente de trabalho e
na carga horária exaustiva e não remunerada.
Além disso, a
falta de investimento nas escolas e na formação dos professores causa desinteresse
dos alunos e, consequentemente, desrespeito com os educadores. Isso pode estar
relacionado à falta de preparo didático, sobretudo em algumas áreas, tal como
em exatas e ciências da natureza. Outro agravante da situação é o déficit de
mais 300 mil professores, segundo dados oficiais.
Diante do
exposto, tem-se a necessidade de reverter a situação com investimentos, à
exemplo de países que superaram essas dificuldades, como os chamados Tigres
Asiáticos. O início de tudo poderia ser com amplos debates políticos que
apontem resoluções plausíveis, como melhorias nas condições de trabalho,
salários atrativos, infraestrutura adequada com suporte tecnológico e, ainda,
avaliação didática dos professores por meio de concursos públicos.